Projetando com a paisagem | Talks by LEIVA #23
Pega o papel e a caneta que esse Talks é naquele estilo que vocês amam: cheio de dicas e exemplos práticos!
previously on Talks by LEIVA…
Conhecendo Ouro Preto | Talks by LEIVA #22
(para falar conosco, responda esse e-mail ou escreva para contato@leivaarq.com)
Nós estamos sempre falando sobre a importância dos condicionantes naturais e como isso impacta em todos os nossos projetos. E não é atoa, paisagem e o contexto climático que o projeto está inserido guiam grande parte do nosso processo de projeto.
Fizemos essa escolha pois isso se relaciona diretamente com nosso objetivo: fazer uma arquitetura sustentável, de baixo impacto e que busca conectar as pessoas à natureza. Não conseguimos entender a arquitetura de outra forma.
Mas quais são esses condicionantes e como eles impactam nos projetos na prática?
1 - Contexto climático
No Talks #12 já havíamos apresentado o Weather Spark. É a partir dele que iniciamos qualquer projeto, entendendo o contexto climático do local que o iremos projetar: variação de temperatura, chuvas e ventos ao longo de todo o ano.
E como isso se traduz para um projeto? Em locais de grande amplitude térmica, utilizamos estratégias para controle da temperatura pelo próprio morador, já em locais que faz calor durante o ano todo, a casa pode ser mais aberta e ventilada… A não ser que esse local também seja muito chuvoso! Aí então é necessário proteger essa casa com grandes beirais e varandas…
2- Orientação solar do local de projeto
Muito aprendemos na faculdade a importância da orientação solar para o conforto de uma edificação, mas acreditem, o que mais vemos por aí são projetos que simplesmente ignoram esse fator.
Para nós, entender a insolação do local é a premissa básica de qualquer projeto, pois é através dela que garantimos grande parte do conforto térmico de uma edificação, evitando umidade, superaquecimento, uso excessivo de ar condicionado…
Nós sempre temos que manter em mente que os clientes irão passar grande parte da sua vida nesse local onde nós temos o poder de dar mais conforto, impactando diretamente na qualidade de vida das pessoas!
Na ótica do planejamento de uma propriedade rural, o sol pode guiar além da casa principal, o posicionamento de várias outras estruturas.
Hortas e pomares, por exemplo, precisam receber a insolação não como uma medida de conforto, mas sim como um recurso necessário para a sua produtividade. Em construções destinadas ao acolhimento de animais, o sol deve ser um condicionante tal qual é para uma residência, norteando o posicionamento das aberturas para que forneçam iluminação natural, aquecimento e conforto.
3 - Ventos
Saber a direção predominante dos ventos do local é essencial para distribuir com eficiência desde as aberturas de uma casa até as edificações de uma propriedade.
Entender o comportamento do vento permite, por exemplo, que os ventos nas estações quentes passem refrescando os cômodos ao se posicionar aberturas mais altas que retiram o ar quente dos ambientes; enquanto os ventos dos meses mais frios passam retirando a umidade desses ambientes, evitando o mofo.
Além disso, o vento pode atuar também carregando aromas e odores pela propriedade, portanto é preciso ter um maior cuidado ao posicionar os animais para que odores indesejados não sejam levados à casa. Da mesma forma, aromas agradáveis podem chegar perfumando os ambientes. Já falamos um pouco disso aqui, lembra?
4 - Topografia
Nós sabemos que pode ser bem chato trabalhar com a topografia e que é muito mais fácil fazer uma terraplenagem e trabalhar a partir do terreno plano. Nós sabemos.
Mas a topografia quanto trabalhada com cuidado, pode ser uma grande aliada em soluções criativas e econômicas de projeto. Para trabalhar a topografia, o BIM deixa tudo mais prático, permitindo ver as curvas de nível em 3D, o que facilita muito o entendimento e as modificações.
Na casa do Sítio Vista Alegre, acima, o desnível ao longo do terreno foi aproveitado para posicionar uma ampla varanda com piscina em uma área elevada, com uma vista privilegiada. O espaço “vazio” que foi criado entre o piso e o terreno foi aproveitado para uso como área técnica e depósito.
Em outros projetos, já utilizamos o desnível como garagem, evitando muita movimentação de terra e um aterro desnecessário. Também já propusemos pavimentos semi-enterrados, mas sem deixar de lado a ventilação cruzada… Mas enfim, a topografia é um assunto que rende um Talks só dela…
Esses condicionantes, embora não sejam os únicos com os quais lidamos, são o grande “norte” de todos os nossos projetos e poderíamos ficar horas falando sobre eles.
Esse é um tema extenso que cada um dos tópicos poderia render um Talks único, mas queremos saber se vocês tem interesse em saber mais sobre eles e as estratégias que aplicamos em nossos projetos, talvez em outro formato de conteúdo, em vídeo, por exemplo?
Falando em vídeo…
##Nosso canal do youtube será ativado e iremos produzir conteúdos diferentes por lá! Não deixe de se inscrever! Semana que vem já entra o primeiro vídeo que é diferente de tudo que já fizemos. (spoiler: quem gosta de vlog vai curtir bastante hahahaha)
##Vocês viram que agora temos um drone?? Passado o medo de pilotar pela primeira vez já até utilizamos no reconhecimento do terreno em um sítio em Minas! Com certeza vai ser uma nova ferramenta pra nos ajudar a entender ainda mais a propriedade como um todo e trazer sempre a melhor solução para nossos clientes.