O que será das lojas físicas no futuro? | Talks by LEIVA #18
a arquitetura de experiências como protagonista na sobrevivência das lojas físicas
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A casa como reflexo de uma sociedade e seus costumes
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A pandemia deixou reflexos na nossa sociedade que já fazem parte da nossa rotina: cuidado com a saúde mental e física, o trabalho em home office, a valorização das nossas casas e a crescente (acelerada) do mundo digital foram alguns desses reflexos.
Muitas lojas físicas foram obrigadas a fechar suas sedes durante o período de lockdown e muitas delas, após ter migrado para o digital, não sentiram mais a necessidade de voltar para pontos físicos.
Então, o que esperar das lojas físicas do futuro?
Apesar de parecer que estamos em um caminho para o digital sem volta, estamos também com uma crescente necessidade de contato, principalmente através do consumo consciente.
Somos cada vez mais consumidores exigentes e seletivos, e isso faz com que escolhamos nos envolver com marcas que nos representem.
E para que as marcas criem essa conexão emocional com os clientes, que faz com que eles sejam mais do que meros consumidores, mas sim, consumidores fervorosos e devotos, as lojas físicas se mostram como uma grande oportunidade para trazer a identidade das marcas para o mundo real e envolver os clientes através de experiências sensoriais completas, que intensificam o elo emocional criado no mundo digital.
Então, como tornar as lojas físicas ambientes que sejam identificáveis com a marca?
Este artigo do archdaily nos traz várias referências de como podemos criar ambientes de marca, que sejam relacionáveis e que transpareçam a identidade de cada marca.
Desde aspectos básicos como cor e fontes, assim como texturas, materiais e formas são importantes para criar uma unidade na comunicação.
Observe por exemplo, o contraste da imagem acima, com a primeira imagem da loja da Apple - a arquitetura do local traduz a essência das marcas que estão ali claramente. Enquanto uma é tecnológica, moderna, iluminada; a outra é intimista, histórica, natural.
Não basta mais colocar um piso bonito, pintar as paredes e colocar os produtos para dentro. É preciso ter intenção.
Acima de tudo, precisamos repensar os projetos para além de um espaço onde apresento os produtos, mas sim, um espaço de conexão com os valores da marca, espaços de experiências, onde o cliente é a peça central.
Isso se traduz nos projetos quando pensamos sob a perspectiva humana e não do produto. Por onde o cliente entra? O que ele fará nesse espaço? Como ele será atendido? O que mais posso oferecer á ele? Que espaços permitem a conexão do cliente com a marca?
Essas são algumas perguntas que podem ajudar com que percebamos quem é a centralidade das lojas físicas do futuro.
Phygital: uma palavra muito em alta
Ouvimos muito no Gramado Summit esse termo que nada mais é do que mesclar a experiência online com a experiência física. Como falamos no início a presença online das marcas não irá mais satisfazer o consumidor do futuro, é preciso algo a mais, algo real.
Nesse sentido, muitas lojas estão apostando nas guides shops e nas pop-ups stores. Não são conceitos novos, mas ganharam força a partir dessa necessidade de experiência física, atingindo até os mercados de luxo.
A pop-up é uma loja temporária, feita em determinadas épocas do ano em lugares específicos, ou até mesmo itinerante, como estandes que se deslocam por shoppings, por exemplo.
Esse tipo de loja proporciona um mercado interessantíssimo pra quem gosta de trabalhar com arquitetura efêmera e de eventos: tratam o estande da loja como uma obra de arte, provocando com espaços impactantes, que viralizam nas redes sociais, gerando desejo e atraindo consumidores e fãs para a marca.
Depois de tudo isso, acho que ficou super claro a importância de uma boa arquitetura para a sobrevivência desses espaços né?! Só um arquiteto é capaz de ter essa visão global de conseguir conectar o universo de marca a um universo físico e real!